A
igreja do Senhor Jesus, ao longo de sua história sempre se utilizou de obreiros
para realizar a obra de Deus. São servos vocacionados, capazes e dedicados em apresentar
um trabalho eclesiástico com excelência ao lado de seus pastores. Partindo
desta assertiva, o objetivo deste esboço é estudar, orientar e instruir, a partir
do pensamento bíblico, as qualificações e o papel ministerial dos presbíteros.
Segundo
o dicionário da Bíblia de Almeida, a palavra grega presbyteros quer dizer ancião,
termo este usado para os líderes cristãos da igreja primitiva sem referência,
especificamente, a sua idade, mas a atuação ministerial na direção das igrejas,
no ensinamento da doutrina cristã e na pregação do evangelho. São os escolhidos
e preparados por Deus para auxiliar o pastor na direção da igreja, sobretudo, no
cuidado das necessidades espirituais.
O
presbitério surge, necessariamente, com o crescimento da igreja segundo a
direção de Deus, através da apresentação do pastor e/ou ministério e recebendo a
aprovação da igreja, a fim de exercer o ofício de acordo com as qualificações
espirituais estabelecidas pela Palavra. Este deverá exercer seu papel em total
dedicação, princípio bíblico, submissão e voluntariedade a Deus e a liderança
eclesiástica (Atos 20.17,28; 1 Timóteo 3.1-7; Tito 1.5-9).
I. QUALIDADES
ESSENCIAIS A UM PRESBÍTERO DA IGREJA:
1.
SER VERDADEIRAMENTE SERVO DE CRISTO: Nenhuma função ministerial, por mais
importante que seja, permite exercê-la plenamente sem o espírito de servo.
Quando atuamos na obra de Deus buscamos a aprovação de Deus e não dos homens,
logo, devemos agir ordeiramente procurando servir e agradar a Deus. Entendendo ainda,
que jamais um ministro do evangelho pode agir conforme o seu interesse ou de
terceiros e, ao mesmo tempo, agradar a Deus (Gálatas 1. 10-12; 1 Coríntios 4.
3-6). Apóstolo Paulo considera que é seu dever falar não para agradar aos
homens, mas a Deus que prova e conhece o nosso coração (1 Tessalonicenses 2. 4;
Atos 5. 29; Efésios 6.6 e Colossenses 3.22);
2.
SER IRREPREENSÍVEL: Irrepreensível do grego é anepilemptos que significa literalmente
“que não se pode atingi-lo”. É alguém de conduta aprovada, inculpável e que não
há necessidade de ser repreendido, pois é um obreiro de espírito não orgulhoso,
não briguento, não apegado ao vinho, não violento e nem ávido por lucro
desonesto. Por ser, verdadeiramente, servo de Deus possui os mais altos padrões
morais e bíblicos para o ministério da igreja, com aptidão ao exercício da
justiça, temor, piedade, santidade e modelo de vida aos crentes (Tito 1. 7;
Filipenses 1.1);
3.
HOMEM DE UMA SÓ MULHER E QUE GOVERNE
BEM SUA FAMÍLIA: A expressão
bíblica “marido de uma mulher” supõe uma fidelidade especial ao conjugue e,
segundo o comentário da Bíblia de Estudo Almeida provavelmente deva ser
entendida no sentido de não haver-se casado pela segunda vez. Portanto, o
obreiro deve ser alguém capaz de amar apenas sua esposa e que gerencie
plenamente sua família. O obreiro que governa bem a sua casa poderá do mesmo
modo cuidar da igreja do Senhor Jesus. Agora se sua esposa ou seus filhos vivem
familiarmente na base da afronta, do medo ou da ameaça, conseqüentemente, se
vier a exercer liderança cristã fará dos filhos de Deus súditos de um governo
egocêntrico, autoritário e ameaçador desencadeando numa igreja fria, insegura,
amedrontada e doente. Respeito e consideração são elementos importantes na
reputação de um obreiro tanto na sua casa como na igreja que serve. Portanto, o
modo como age cotidianamente um presbítero perante Deus, a sociedade e a sua
família determinará seu sucesso ou seu fracasso diante da igreja. Que o corpo
ministerial de nossas igrejas possua homens amáveis, educados, cordiais, para
que possam ser estimados por todos e dignos de honra (Tito 1.6; 1 Timóteo 3.2,
4, 5; 5.17);
4.
QUE SEJA SÓBRIO: Esta é uma expressão que aparece seis
vezes no novo testamento cujo vocábulo grego é nephós que significa literalmente “manter a mente limpa, ser sábio”
significando também segundo o grego clássico “abster-se de vinho” (1 Timóteo 3.
2, 6,7). Portanto, exercite sua mente com o conhecimento da Palavra, buscando
sempre obedecer a voz de Deus, mantendo o equilíbrio sábio e coerente com os
deveres eclesiásticos, sua chamada e a pureza cristã diante do ministério e do
pastor. Não permita que o adversário dos ministros de Deus venha lhe tragar
pela corrupção, avareza, inveja, ciúme, divisão e divergência ministerial
trazendo duras conseqüências para sua vida, ministério, igreja e família (1
Pedro 5. 8);
5.
QUE POSSUA APTIDÃO PARA ENSINAR: Um dos critérios para que um obreiro
possa ter um autêntico ministério eclesiástico é a capacidade de ensinar. Se um
homem tem vocação para exercer o presbitério deve ter habilidade, em algum
grau, para instruir seus liderados, sobretudo, através da doutrina, dos
princípios e do conhecimento da palavra de Deus. Entendo que o obreiro que
almeja o presbitério e não tem desejo ou favor algum pelo ensino não deve
exercer o episcopado a ponto de, se puder, servir no reino de Deus sem passar
pelo ministério. Apóstolo Paulo descreve que quem deseja o episcopado que seja
apto para o ensino (1 Timóteo 3.2; 5.17; Tito 1.9). E, digo ainda, que seja
apto para aprender.
6.
QUE SEJA UM OBREIRO CHEIO DO ESPÍRITO
SANTO, DE SABEDORIA, DE FÉ E GRAÇA:
Cabe a cada obreiro não se acomodar diante das responsabilidades eclesiásticas,
é preciso buscar o poder divino e a intimidade com Deus. Que seja um obreiro
convertido, de oração, dedicado aprendiz das Escrituras e um exemplo de vida
cristão. Que esteja sempre disposto a aprender a palavra de Deus através do
estudo diário e sistemático da Bíblia e, que possua ainda formação teológica
para melhor exercer o ministério. O pastor, o ministério e a igreja sempre precisarão
dos melhores homens e não dos que não conseguem fazer quase nada ou que, presumidamente,
se dizem “prontos” e não têm nada a aprender. Tenham o conselho do profeta
Oséias: conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor (Oséias 6.2a), o do
Apóstolo Tiago quando diz: Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça
a Deus (Tiago 1.5) e de Paulo: E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis qual seja
boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.2 e cf Pv 3.13);
7.
AMIGO DO PASTOR, DO MINISTÉRIO E DA
IGREJA: Infelizmente,
em não poucas igrejas, presbítero é sinônimo de divisão e desgosto pastoral.
Intitulam-se xerifes da verdade e justiceiros das leis do próprio Deus, tomando
uma postura imatura e se colocando acima do bem, pensando que seu papel é
controlar e dizer o que seus superiores devem ou não fazer. Muitos, pela mente
já cauterizada pelo domínio das trevas, agem com ações maléficas destruindo a
imagem e o bom nome da igreja do Senhor Jesus Cristo. Para outros, ser presbítero é fazer do púlpito
arena de luta e o ambiente da igreja trincheira de guerra exercendo um
comportamento agressivo e oponente ao pastor, ministério, igreja e até a
convenção de ministros. É preciso saber que defender os princípios
eclesiásticos e bíblicos implica preservar a humildade, a fé, a santidade, a
ética, o temor a Deus e o respeito à igreja do Deus vivo. Sugere ainda amar,
respeitar e manter a unidade eclesiástica segundo a Palavra. Por isso, desenvolva
relacionamento saudável, de confiança e de respeito com a igreja, com o
ministério e com o pastor da igreja. O sucesso de um ministério exige
transparência, espírito cooperador, moderação, paz e concordância (Tito 1. 8; 2.9,
10; Efésios 4.31,32).
II.
ATITUDES ERRADAS DE UM PRESBÍTERO:
1. SEDE
DE PODER: Muitos
líderes ao assumirem um cargo perdem as qualidades essenciais e passam a
cobiçar o poder. O desejo de ser aquilo para o qual não foi chamado
desencadeará em dominação autoritária sobre aqueles a quem deveria servir. Como
conseqüência do abuso excessivo de sua autoridade perderá sua liderança, a
comunhão com o Espírito Santo e a atuação biblicamente diante do rebanho do
Senhor. Antes, o presbítero deve servir a igreja com humildade, perseverança,
retidão, vigilância, oração, amor, bondade e total devoção a Cristo;
2. REALIZAR
REUNIÃO MINISTERIAL SEM A APROVAÇÃO OU PARTICIPAÇÃO DO PASTOR: Alguns obreiros afoitos e imaturos em
questões conflituosas com o ministério pastoral, chamada ministerial, pecados e
escândalos praticados por certos líderes, tornam-se contraditórios quanto ao entendimento
bíblico das conseqüências de quem prevarica diante do povo de Deus. Muitas
vezes, partem para tomadas de decisões sem qualquer participação ou
reconhecimento do líder maior da igreja pela simples promessa de ascensão ministerial
ou consagração ao santo ministério pastoral oferecidas por certas autoridades
eclesiásticas. Outros realizam verdadeiras cruzadas, indo de casa em casa
promovendo motins e até abaixo-assinado, a fim de, resolver questões
eclesiásticas delicadas, esquecendo que o melhor expediente para solucionar
problemas internos da igreja, sobretudo, ministerial deve ser através da
oração, vigilância, dialogo e aconselhamento para só assim evitar divisão na
igreja, dissensão ministerial e escândalo para a obra de Deus. Se seu líder faz
algo inconveniente que vem trazendo graves escândalos à obra de Deus não se una
aos desafetos de outras lideranças, mas desenvolva o princípio do
aconselhamento, orientação e acordo, promovendo assim equilíbrio, espírito
cristão e ética ministerial. Quem age através destes expedientes procuram para
si mesmo o descrédito e a ruína de seus ministérios trazendo desconfiança e
isolamento da igreja e demais líderes. Cuidado com o espírito de Coré, Datã e
Abirão (Números 16.29-33), como também o de Nadabe, Abiú (Levítico 10.1-2), Uzá
(2 Sm 6.6-7) que, infelizmente, ainda se manifesta no meio do povo de Deus.
3. AGIR
LIVREMENTE COMO SE FOSSE O PASTOR DA IGREJA: Presbítero não é pastor e pastor não é presbítero,
apesar da grande semelhança bíblica e sociológica. O presbítero ainda que
possua certa liberdade pastoral diante do rebanho do Senhor, precisa considerar
que existe uma hierarquia ministerial que precisa ser honrada, respeitada e
preservada. Outra questão eclesiástica é que apesar de existir situações na
igreja em que o obreiro tem poder de tomar e promover soluções acertadas convém
considerar a pessoa do líder maior seja no campo, no templo central ou nas
congregações. Nunca foi desmerecimento consultar alguém quanto à solução de um
problema. A beleza que sobressai da relação dos grandes líderes de Deus é a sua
total obediência e humildade em consultar ao Senhor, mesmo em sua total
convicção de estarem realizando sua missão de forma plena (Eclesiastes 3.9-12).
III. O
PAPEL DO PRESBÍTERO NA IGREJA ATUALMENTE:
1. Atuar, quando solicitado, em diversas
funções na igreja como: cargo de diretoria, dirigente de congregação, professor
da Escola Bíblica Dominical, líder de departamentos, cooperador da parte
administrativa da igreja e outras atividades afins;
2. Atuar
na elaboração, organização e execução de eventos da igreja como congressos,
conferências, cruzadas evangelísticas, campanhas, projetos, batismo nas águas e
etc;
3.
Administrar,
cuidar, preservar e zelar pelos bens móveis e imóveis da igreja;
4.
Auxiliar
na organização e distribuição da santa ceia no templo central e congregações;
5. Atuar
quando necessário, por diversos meios na arrecadação de fundos para a igreja
conforme determinação pastoral;
6. Quando
necessário cooperar na assistência social, serviço de construção e estruturação
de prédios, congregações e dependências da igreja e em outras atividades
semelhantes;
7.
Dirige
culto, evangeliza, ora, ensina e prega a palavra de Deus;
8. Cabe
ainda em conformidade com o pastor da igreja atuar na execução de cerimônias de
casamento, fúnebre, quinze anos, bodas de prata, apresentação de crianças e
outras cerimônias afins;
IV. CONSIDERAÇÕES
O presbítero é aquele obreiro membro
da igreja, de bom testemunho, ativo nos trabalhos do templo central e
congregações. Um obreiro aprovado por Deus, pelo pastor presidente, ministério
e igreja;
O presbítero é o obreiro consagrado ao
santo ministério com grandes possibilidades a ordenação pastoral, desde que
apresente chamada, idoneidade, obediência e testemunho cristão. Deve possuir
espírito de servo com prontidão voluntariado para, sempre que for preciso,
servir a igreja, sobretudo, às solicitações pastorais, sabendo que a recompensa
virá do Pai Eterno;
O presbítero deve comportar-se de maneira
inteligente, agradável e sincera. Deve dirigir-se a igreja do Senhor Jesus de
maneira santa, educada, afável e prudente. Não deve ser antipático, agressivo
ou atrevido, pois poderá ser compreendido com uma pessoa mal-educada e uma
referência ministerial indigesta;
O presbítero é um obreiro com
responsabilidade pessoal, organizado, limpo e zeloso. Precisa sempre manter sua
aparência agradável, pois representa uma autoridade eclesiástica. Faz-se
necessário ainda que seja alinhado no traje, no calçar e na higiene. Esses
modos são imprescindíveis na função eclesiástica;
É dever do presbítero desempenhar sua
função ministerial com lealdade ao pastor, ao ministério e a igreja. Deve
possuir amor, compromisso, responsabilidade e dedicação evitando o esfriamento
espiritual, a murmuração, os comentários prejudiciais ao seu ministério e
prevenindo-se ainda de problemas pessoais com a família, a igreja e a
sociedade;
Para aqueles que governam baseado no
sistema mercantilista do toma lá da cá, infelizmente, presente em algumas
organizações, sociedades, igrejas e convenções de ministros, entenda que, o
propósito divino, é o motivo norteador para a chamada de homens tementes a
palavra de Deus;
Levar alguém ao ministério
eclesiástico não dever ser por interesse social, político ou econômico, mas que
seja marcado pela vocação celeste e o desejo ardente e absoluto de realizar a
obra de Deus;
Se alguém deseja o episcopado que seja
pelo amoroso consentimento do rebanho de Cristo;
Não aceite acusação contra presbítero,
senão com duas ou três testemunhas. Aos que pecarem, repreende-os na presença
de todos, para que os outros tenham temor (1 Timóteo 5. 19,20);
Para aqueles que desejam o episcopado
excelente obra deseja é o que declara Apóstolo Paulo. Convém então compreender a
importante declaração do expoente teólogo D. L. Moody: “o começo da grandeza é
ser pouco. A ampliação da grandeza é ser menos. A perfeição da grandeza é ser
nada”.
Que benção essas explicações eu era diácono e fui ordenado a presbítero dia 13 de novembro 2018 ..estou muito feliz por fazer parte desse ministério tao importante para a igreja..Deus abençoe a todos
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